sábado, 19 de junho de 2010

Desejo, espera e despertar


Se a função da vida fosse à variante de um gráfico, o que nele seria representado?

Essa seriamos nós, ou a tendência imposta pelo consumismo e desejos mundanos?

Mesmo que tudo o que for tangível fosse por nós tomados, o vazio ainda seria presente, a falta de açodo e a amotividade nos estagnaria a ponto de gerar uma carência sem razão.

E assim podemos ansiar ao lado de Raul, em sua poltrona velha com sua boca escancarada e cheia de dentes, sua amiga bater na porta.

O alimento do espírito que gera a vontade, nada mais é que a simples vontade de viver sem saber por que, afinal não podemos fazer nada em relação à única certeza que temos, pois desde que nascemos ela se torna mais notável, dia após dia.

E quando o avião rosa e grená se descolorir e partir, não haverá espaço para nada em seu bagageiro, a não ser para aquilo que a mão e sua luva traçada não possam segurar.

Se o mundo rodou num instante, nesse mesmo instante esqueceram se que após o ponto final ele, o moinho e a roda gigante continuam a rodar, mais aviões irão se descolorir e muitos ainda com Raul irão sentar.

Sem saber que sua velha amiga, não bate uma segunda vez na porta de quem já bateu, pode se então a partir da longa espera o despertar para a conquista do intangível e do eterno.

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