quinta-feira, 24 de junho de 2010
sábado, 19 de junho de 2010
Desejo, espera e despertar

Se a função da vida fosse à variante de um gráfico, o que nele seria representado?
Essa seriamos nós, ou a tendência imposta pelo consumismo e desejos mundanos?
Mesmo que tudo o que for tangível fosse por nós tomados, o vazio ainda seria presente, a falta de açodo e a amotividade nos estagnaria a ponto de gerar uma carência sem razão.
E assim podemos ansiar ao lado de Raul, em sua poltrona velha com sua boca escancarada e cheia de dentes, sua amiga bater na porta.
O alimento do espírito que gera a vontade, nada mais é que a simples vontade de viver sem saber por que, afinal não podemos fazer nada em relação à única certeza que temos, pois desde que nascemos ela se torna mais notável, dia após dia.
E quando o avião rosa e grená se descolorir e partir, não haverá espaço para nada em seu bagageiro, a não ser para aquilo que a mão e sua luva traçada não possam segurar.
Se o mundo rodou num instante, nesse mesmo instante esqueceram se que após o ponto final ele, o moinho e a roda gigante continuam a rodar, mais aviões irão se descolorir e muitos ainda com Raul irão sentar.
Sem saber que sua velha amiga, não bate uma segunda vez na porta de quem já bateu, pode se então a partir da longa espera o despertar para a conquista do intangível e do eterno.
Não se pode contar

Bm7 Gº Bm7 Gº
Toda beleza que tem não se pode cantar
Bm7 Gº Bm7 Gº
Toda tristeza que tem não se pode sambar
O canto canta o choro do bamba
No copo me afogo e volto pra roda
Pra casa não volto, não tenho mais colo
Só fotos e cheiros no meu travesseiro
Nem cartas nem contas com seu nome deixou
Varal vazio não balança com vento
Toalha na cama não causa mais medo
Bm7 Gº Bm7 Gº
Toda beleza que tem não se pode cantar
Bm7 Gº Bm7 Gº
Toda tristeza que tem não se pode sambar
Ps: caso alguma interprete se interessar em gravar uma versão, seria de muito agrado
Fruta caida

A fruta madura que cai cedo da arvore
Apodrece sem ser experimentada
Na terra, volta de onde veio
Virando chiste, pra outra ser semeada
E fica ali parada até levar chute
Esperando um esmolo de rua
Saciar se de saúde.
Pobre andarilho com fome e com frio
Buscou na fruta caída
A promessa de ser viril
E de estomago ainda vazio
Cospe por onde anda
O amargo que lhe causou calafrio.
terça-feira, 15 de junho de 2010
O som do sino soa

O som do sino soa
Sonetos, sutilezas e sortilégios
Soa saúde,soa sono e sexo
Suspeitas, suor e sacrilégios
O som do sino soa
Sossego no sertão
Soa silencio soa serrado
Soa simples o sol sonhado
Soa suspiro, sonha sopa
O som do sino soa
Sucesso sujeira e suicídio
Soa soberba ,solidão e sofrimento
O som do sino soa
Soa sopro, sorriso e soro
Soa sublime a soma
A sobrevivência e o socorro
Violão

Por Shakespeare ou Beethoven
Traz em suas épocas os gorjeios de Romeu
Em seus choros seresteiros se vê belas melodias
Que dos gracejos de sambas de boteco
Nasceram se assim muitas famílias
Era a lua a senhora da rua escura
Nas praças o encontro dos corações
Fiel violeiro que em versos canta sua aventura
Da inocência de se namorar nos portões
De belos acordes se faz o cartão de visita
Alcanço a mais alta e bela nota
A única que o amor precisa.